O novo Linha Direta voltará ao ar em 4 de maio, sob o comando de Pedro Bial. Após 15 anos fora do ar, o programa que foi sucesso com Domingos Meirelles e Marcelo Rezende (1951-2017) retornará às noites de quinta-feira na Globo. O novo apresentador posou para fotos no cenário da atração, que irá ao ar após o Cine Holliúdy, na faixa das 23h.
As fotos foram divulgadas pela colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo. Assim como acontecia no começo dos anos 2000, o Linha Direta apresentará um crime de grande repercussão já solucionado e outro ainda em aberto, com foragidos da Justiça. Os casos terão sempre características semelhantes.
Em fevereiro, durante sua participação no Caldeirão com Mion, Pedro Bial foi questionado sobre a sensação de assumir um projeto que já fez sucesso e faz parte da história da televisão.
“Estamos a mil. São várias frentes, tem uma frente de reportagem investigativa, de recuperação histórica, estamos em campo levantando histórias emocionantes, importantes e pertinentes”, contou Bial.
O jornalista deu mais detalhes sobre a volta da atração à tela da Globo e prometeu uma renovação do formato:
É um programa que todo mundo lembra com muito carinho, mas muita coisa mudou em 15 anos na linguagem da televisão. A gente quer dar essa renovada. Você é artista, então sabe que em arte não existe inovação, só existe renovação. Estamos renovando esse formato, muitos felizes porque tem o carinho popular na memória e tem o desejo por justiça.
A volta do programa Em outubro do ano passado, a Globo anunciou a volta do Linha Direta à de programação. A ideia de ressuscitar a atração foi divulgada durante o evento promovido pela emissora ao mercado publicitário em São Paulo. Cada programa, exibido nas noites de quinta, mostra todos os desdobramentos de um crime real que tenha tido grande repercussão na mídia, além do processo de investigação e até dramatização de reconstituição com base nos depoimentos.
A estreia do policialesco aconteceu em 1990 e ficou no ar até julho daquele ano, quando era apresentado por Hélio Costa. Em 1999, a produção da Globo voltou sob o comando de Marcelo Rezende (1951-2017). Já Meirelles assumiu o Linha Direta em 2002 e permaneceu até o fim da atração, em 2007.
Ao longo de sua exibição, o programa contribuiu para a prisão de quase 400 foragidos. Em setembro de 2002, representantes do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos afirmaram que a atração era de utilidade pública. O Linha Direta também teve edições especiais sobre casos com elementos sobrenaturais, como o do Edifício Joelma e o da Operação Prato.
SORRISO-MT NO LINHA DIRETA
CASO: Matou para não pagar
Sorriso foi destaque no LINHA DIRETA com o caso de um fazendeiro acusado de assassinar com um tiro e uma facada a doméstica Sandra Fátima de Souza, de 22 anos, e por asfixia a filha dela Vanessa Caroline de Souza, de apenas 2 anos e meio.
Os crimes ocorreram no dia 24 de setembro de 1995, em Sorriso, MT. Os corpos só foram encontrados nove dias depois. Estavam queimados.
Ivanor Lunardelli teve um relacionamento com Sandra. Tinha o dobro da idade dela. Ele se passava por solteiro. Mas era casado e tinha cinco filhos, três dos quais com duas amantes. Sandra engravidou. Ele não assumiu e ela teve a criança sozinha.
A mãe solteira acabou entrando com uma ação na Justiça contra Ivanor, de investigação de paternidade, e o procurou para cobrar a pensão da filha. Ele pagou a primeira vez, mas a ameaçou de morte.
No mês seguinte, ela voltou a cobrar o dinheiro. Revoltado, Ivanor assassinou-a e à filha para não ter de pagar a pensão.
Ivanor Lunardelli foi julgado e condenado a 30 anos e quatro meses de prisão. O júri considerou o réu culpado pelo assassinato de Sandra Fátima de Souza, de 22 anos, e da filha dela, Vanessa Caroline. Lunardelli negou a autoria dos assassinatos.
O fazendeiro foi preso e confessou que na época mantinha relacionamento com a vítima Sandra Fátima de Souza. Durante as mais de dez horas de julgamento, Lunardelli se disse inocente e preferiu não responder as perguntas da Promotoria.
Em 1995, Sandra e a filha saíram de Cuiabá para cobrar do fazendeiro uma quantia de R$ 300 referentes a uma pensão alimentícia. A mãe foi morta a tiros e a golpes de faca enquanto sua filha foi asfixiada. As duas tiveram os corpos carbonizados.
O GLOBO