Manobra de partidos políticos e lideranças empresariais acabou tirando o vice-prefeito Gerson Bicego (PL) da disputa à sucessão da Prefeitura de Sorriso. O diretório da legenda na cidade ainda foi destituído, enterrando o projeto político que até então recebia o respaldo do atual chefe da cidade, Ari Lafin.
O anúncio foi feito durante convenção partidária desta na segunda-feira (5) após o gestor ficar isolado dentro próprio arco de aliança, que, além do PL, era composto pelo PRD, Republicanos e União Brasil.
Em entrevista ao portal Gazeta Digital, Gerson lamentou a situação, já que siglas aliadas abandonaram o projeto para lançar candidaturas próprias. Ele pontuou também que agora tentará uma vaga na Câmara Municipal da cidade.
“A política é assim. Muitas coisas ficam para última hora e acabou acontecendo. Não consegui costurar minha candidatura e hoje estou como pré-candidato a vereador pelo PL”, disse.
Nos bastidores, lideranças do PL apontaram que a pré-candidatura de Gerson vinha enfrentando certa rejeição por parte da classe empresarial e de alguns integrantes de partidos que haviam sinalizado apoio ao projeto.
Membros do PL também criticaram a falta de diálogo e engajamento por parte da presidência da sigla para tentar fechar a composição. “A coisa estava muito bem estruturada e a gente só foi usado como massa de manobra”, disse a professora e pré-candidata a vereadora Adriana Tavares.
Outro lado
Ao comentar sobre o racha, o presidente do PL de Mato Grosso, Ananias Filho, negou que a sigla tenha ficado inerte nas articulações. Disse também que a legenda estava pronta para dar toda a estrutura para que o vice-prefeito fosse candidato.
“Eu levei o Gerson para todo lugar e falei que o PL iria sustentar a campanha dele. Só que na manhã (segunda), o União Brasil e Republicanos falaram que não iam ficar com ele. O Gerson ficou sozinho, não dando conta nem de ter um vice. Eu falei: dessa forma eu não concordo o que vocês fizeram com o Gerson”, disse.
Ananias disse também que a sigla buscou espaço para o PL na vice das chapas que já estavam montadas, mas sem êxito. As negativas partiram das siglas até então aliadas, União Brasil e Republicanos, que lançaram o Alei Fernandes a prefeito e o vereador Acácio Ambrosini, como vice.
“Nem a vice ofereceram para nós, chegaram com a chapa pronta. Falaram: o Alei é o prefeito e o Acácio vice, se quiserem ficar com a gente é desse jeito. Eu falei: pronto, nós não queremos ficar com vocês. Eles queriam que o Gerson abrisse mão para o Acácio. O Gerson com 25% da pesquisa e o Acácio com 7. Aí não tinha como”, finalizou.
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