A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, manifestou profunda indignação diante dos crimes cometidos por Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de estupro e homicídio. Reconhecida por sua firme atuação em defesa das mulheres, Virginia tem sido uma voz ativa na cobrança por leis mais rígidas contra a violência doméstica e o feminicídio.
Para ela, casos como este escancaram as falhas de um sistema que, ao permitir que agressores respondam em liberdade, perpetua o ciclo de impunidade e morte.
Em dezembro de 2013, em Mineiros (GO), Gilberto matou o jornalista Osni Mendes Araújo, de 50 anos, por asfixia, utilizando a camiseta da vítima. Ele foi preso cinco dias depois, com o carro e os pertences da vítima, e confessou o crime. No entanto, devido à demora na conclusão do inquérito policial, foi solto após 160 dias de prisão preventiva. Em 2018, um novo mandado de prisão foi expedido, mas só foi cumprido em 2023.
A condenação mais recente de Gilberto ocorreu em 25 de março deste ano, quando foi sentenciado pelo Tribunal do Júri de Lucas do Rio Verde a 22 anos, 7 meses e 10 dias de prisão por um crime cometido contra uma mulher dois meses antes da chacina em Sorriso, que vitimou uma mãe e suas três filhas, todas brutalmente violentadas e assassinadas.
“O acusado foi condenado a quase 23 anos, mas não vai ficar nem 10 anos preso, devido à progressão de regime. É revoltante e inaceitável. Estamos falhando com as nossas mulheres. Até quando vamos assistir criminosos reincidirem por acreditarem que a Justiça não os alcançará? Isso não é só um caso de polícia, é um grito por mudanças urgentes na legislação”, afirmou Virginia Mendes.
A primeira-dama alertou para a necessidade de punições mais eficazes e monitoramento rigoroso de agressores, especialmente em casos de reincidência e violência contra a mulher. Para ela, a impunidade é consequência direta de leis brandas.
“As leis precisam ser atualizadas para proteger de verdade, punir com rigor e salvar vidas”, pontuou.
Virginia fez um apelo à classe política e à sociedade civil para que o debate sobre a segurança das mulheres não fique restrito a datas simbólicas ou a tragédias. Ela defende penas mais duras e ações preventivas.
“Isso é a justiça que esperamos, mas o que queremos mesmo é que os casos de feminicídio e violência doméstica sejam evitados. Inúmeras mulheres estão perdendo a vida por conta de leis frouxas. São famílias enlutadas, filhos órfãos. A hora de agir é agora”, reforçou.
Segundo Virginia, o caso de Gilberto Rodrigues dos Anjos deve ser um divisor de águas. “Ou o Brasil enfrenta a impunidade de frente, ou continuará enterrando mulheres. Eu defendo prisão perpétua e, no primeiro caso de agressão ou tentativa de feminicídio, a prisão imediata até o julgamento”, concluiu.