O JKNOTICIAS atendendo a pedidos de alguns leitores que há cerca de 1 ano pediram para que fossem feitas matérias relembrando os crimes que chocaram Sorriso. Foram realizadas várias pesquisas para a busca de detalhes de alguns crimes e conversas com pessoas e autoridades que de uma forma ou de outra tiveram acesso ou contato com os crimes.
Buscamos jornalistas da época, autoridades policiais e algumas pessoas que, de alguma forma, tinham informações que pudessem ajudar na produção da matéria.
A matéria foi feita a partir de buscas em processos e matérias jornalísticas da época.
Após a pesquisa feita, o JK entrou em contato com algumas editoras para que a reportagem pudesse virar um livro. Antes da matéria ser finalizada, o JK teve conhecimento do lançamento do livro quase homônimo do professor, escritor e policial civil Marcelo Batista da Silva, OS 10 CRIMES QUE MAIS CHOCANTES DE SORRISO (Almanaque de Crimes da Capital do Agronegócio), que pode ser baixado no link https://www.amazon.com.br/dp/B0F4DLJMQ6
Este primeiro caso foi pedido por uma seguidora que pediu para pesquisarmos sobre 3 crimes que chocaram Sorriso nos anos 2000, onde após a polícia prender dois homicidas, foi descoberto uma terceira pessoa que foi morta pelos elementos para roubaram um Uno e uma caminhonete.
1º – Mataram para roubar caminhonete e Uno
Consta nos autos que os acusados, JAIME DOS SANTOS e JONAS JASTER juntamente com Enoque Gonçalves (morto em uma troca de tiros com a polícia), teriam se associado em quadrilha armada e no dia 07-03-2000, na cidade de Sorriso, após abordarem as vítimas Pedro Pereira de Souza e Osmar Luiz Welter assassinaram a ambos para subtraírem suas carteiras e o veículo Toyota Hilux que conduziam.
No dia 09-02-2000, portanto quase um mês antes, os acusados com o mesmo modus operandi, na mesma cidade de Sorriso, abordaram a vítima Alan Vanzella e da mesma forma assassinaram-na para subtraírem sua carteira e o veículo da marca Fiat Uno Mille que conduzia. Consta ainda que as três vítimas foram executadas e despojadas de seus pertences em lugar ermo próximo um do outro, localizado cerca de 13 Km da cidade e que os veículos eram subtraídos e conduzidos até Cáceres e Quatro Marcos onde seriam vendidos ou trocados por cocaína.
O pedreiro Inoque Brás Gonçalves, na época com 25 anos, morreu após trocar tiros com policiais militares da 3ª Companhia da PM de Mirassol D’Oeste. Ele estava escondido num barraco na cidade de São José dos Quatro Marcos. Gonçalves era suspeito de executar o agricultor Pedro Pereira de Souza, 42, e de seu empregado Osmar Luiz Valter, 38. Eles foram assassinados em Sorriso, na madrugada do dia 06/02/2000.
Gonçalves agiu em companhia de seu cúmplice, o peão de fazenda Jonas Jaster, à época com 20 anos, preso em Mirassol. Segundo a PM, os policiais receberam uma denúncia anônima e localizaram o barraco onde estava o pedreiro. Ao perceber que poderia ser preso, Gonçalves atirou contra os PMs que revidaram. Baleado na perna, o pedreiro foi socorrido até o Hospital de Mirassol D’Oeste onde morreu após ser medicado. O confronto aconteceu por volta das 13 horas. “Foi solicitado o exame residuográfico das mãos do bandido para comprovar que houve o confronto”, explicou coronel Denézio.
Jaster confessou ter participado do triplo latrocínio em Sorriso. Próximo dali, a polícia encontrou também o corpo de Alan Vanzella, 21, filho de um empresário de Sorriso. Alan estava desaparecido desde o dia 9 de fevereiro e sua morte também comoveu o município.
De Alan, os assassinos levaram seu carro, um Fiat vermelho, placas de São João D’Oeste (SC). De Pedro, foi roubada a caminhonete Hilux verde, placas de Sorriso.
O veículo foi recuperado após dois elementos trocarem tiros com a polícia, que havia montado barreira próxima ao trevo de Glória D’Oeste, região da grande Cáceres. A estrada é um dos caminhos utilizados para acesso à fronteira do Brasil com Bolívia.
Jonas tentou fugir a pé, mas foi detido. Gonçalves, por sua vez, conseguiu fugir. Jonas Jaster confessou que planejou juntamente com Inoque roubar uma caminhonete e vender o veículo na Bolívia, para pagar dívidas.
Afirmou que Inoque, também trabalhador em fazendas da região, era seu conhecido, e que foi ele quem executou Pedro e Osmar. Nega qualquer envolvimento com o assassinato de Alan Vanzella.
As duas vítimas foram abordadas por volta das três horas da manhã na avenida W2, em Sorriso. “Eles pararam a caminhonete porque me conheciam, pensando que fosse um pedido de carona.” Foram rendidos imediatamente e levados para a estrada. Pedro foi morto com um tiro na nuca e seu empregado, enforcado com uma corda.
JAIME DOS SANTOS foi condenado à pena de 26 (vinte e seis) anos de reclusão em regime fechado e ao pagamento de 276 dias-multa. JONAS JASTER foi condenado à pena de 29 (vinte e nove) anos e 10 (dez) meses de reclusão em regime fechado e ao pagamento de 322 dias-multa.
Obs.: Há também um caso que foi relatado ao JK, do assassinato de uma taxista, que era conhecido como “japonês”, mas infelizmente não encontramos registros.
2º Matou mãe e filha e ainda colocou fogo nos corpos para não pagar pensão
Ivanor Lunardelli foi acusado de assassinar com um tiro e uma facada a doméstica Sandra Fátima de Souza, de 22 anos, e por asfixia a filha dela Vanessa Caroline de Souza, de apenas 2 anos e meio. Os crimes ocorreram no dia 24 de setembro de 1995, em Sorriso, Mato Grosso.

Sandra e a filha saíram de Cuiabá para cobrar de Ivanor uma quantia de R$ 300 referentes a uma pensão alimentícia. A mãe foi morta a tiros e a golpes de faca enquanto sua filha foi asfixiada. As duas tiveram os corpos carbonizados.
Os corpos só foram encontrados nove dias depois e estavam queimados.
Ivanor Lunardelli teve um relacionamento com Sandra e tinha o dobro da idade dela.
Ele se passava por solteiro, mas era casado e tinha cinco filhos, três dos quais com duas amantes. Sandra engravidou e ele não assumiu e ela teve a criança sozinha.
A mãe solteira acabou entrando com uma ação na Justiça contra Ivanor, de investigação de paternidade, e o procurou para cobrar a pensão da filha. Ele pagou a primeira vez, mas a ameaçou de morte. No mês seguinte, ela voltou a cobrar o dinheiro. Revoltado, Ivanor assassinou-a e à filha para não ter de pagar a pensão.
O caso foi relatado no programa Linha Direta da Rede Globo

Ivanor foi condenado a 30 anos e quatro meses de prisão. O júri considerou o réu culpado pelo assassinato de Sandra Fátima de Souza, de 22 anos, e da filha dela, Vanessa Caroline. Lunardelli negou a autoria dos assassinatos.
3º Advogado encontrado morto e carbonizado

O corpo do advogado Alexandre Marchioro da Silva, 34, foi encontrado no dia 17/09/2008 parcialmente carbonizado no trevo que dá acesso à cidade de Vera. O corpo do advogado foi encontrado por volta das 7h30, próximo ao carro dele, um Astra preto 2008. No local, nao tinha marcas de tiros ou de facadas. De acordo com o delegado, o advogado não tinha problemas com ninguém e não há qualquer informação sobre ameaças contra ele.
A Polícia Civil já tem a informação de que o combustível utilizado para queimar o corpo foi comprado pelo próprio advogado e seria levado para um assentamento no município de Nova Ubiratã, onde ele trabalhava como coordenador da campanha do prefeito à reeleição, Osmar Rosseto. O advogado já tinha atuado como assessor jurídico da prefeitura por 3 anos.
O delegado Jefferson Dias de Sinop afirmou na época que o crime de execução e latrocínio (roubo com resultado morte), tinham sidos descartos, já que nenhum objeto foi roubado.
O delegado foi à casa do advogado, em Nova Ubiratã, onde ele morava com um amigo, e apreendeu um computador. Dias aponta que até o momento a polícia sabe que o advogado esteve em Sorriso na noite de terça-feira em um bar e saiu para retornar para Nova Ubiratã. Parou em um posto e comprou 20 litros de combustível.
À época, polícia não descartou a hipótese de crime político, mas tambem investigou outras linhas, como a de crime passional. O carro de Alexandre também passou por perícia.
Marchioro era natural de Cruz Alta (RS) e morava em Nova Ubiratã e era solteiro.
Após investigações, a Polícia Civil de Sorriso prendeu, um suspeito de ter assassinado o advogado Alexandre Marchioro da Silva, 38 anos. O crime, cometido com requintes de crueldade, abalou a população de Sorriso, onde morava o irmão da vítima, e de Nova Ubiratã, onde o advogado era assessor jurídico da prefeitura e um dos coordenadores da campanha política do atual prefeito Osmar Rosseto (Chiquinho), que tenta a reeleição. De acordo com o delegado de polícia Bráulio Junqueira, a Polícia Militar (PM) deteve um suspeito que foi encaminhado até a delegacia de Sorriso, onde foi interrogado.
O suspeito teria sido reconhecido por uma testemunha no momento em que dizia que iria acontecer uma desgraça no município de Nova Ubiratã, revelou o delegado, explicando, porém que este indício ainda é muito vago, mas que serve de ponto de partida para as investigações que estão sendo presididas pelo delegado regional Jéferson Dias, de Sinop.
O suspeito apresentava uma lesão no olho e no peito, o que indicava uma provável luta corporal.
Em 2013, o então presidente da OAB/MT, Maurício Aude, recebeu do secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante dos Santos, resposta acerca do pedido feito em fevereiro deste ano requerendo providências acerca do assassinato do advogado Alexandre Marchioro da Silva, ocorrido em setembro de 2008 nas proximidades do município de Vera.
O documento informa que as investigações estão avançadas no que diz respeito à identificação dos principais executores do crime. Porém, para que possa chegar ao seu final, o delegado de polícia Flávio Henrique Stringueta, entende que falta apurar qual a motivação do crime e se houve mandantes e outros executores.
O delegado relatou que ofertou ao juízo da Comarca de Vera, competente em razão do local do encontro do cadáver, representação para diligência que entende essencial para a continuidade das investigações. Referida representação recebeu parecer favorável do representante do Ministério Público daquela comarca, mas foi indeferida pelo juízo.
Ainda de acordo com Flávio Stringueta, ofertou nova representação com o intuito de convencer o julgador da necessidade investigativa da diligência chegando a informá-lo que, caso novamente indeferida, as investigações poderiam ser dada como encerradas. Novamente o Ministério Público foi favorável e, pela segunda vez, a autoridade judiciária foi contrária.
Diante desse fato, o representante ministerial apelou da decisão e atualmente os autos estão no Tribunal de Justiça de Mato Grosso para análise. Na avaliação do delegado, o atraso na conclusão das investigações se deve a esse desencontro de entendimentos jurídicos acerca da diligência representada.
O desembargador relator Alberto Ferreira de Souza destacou a importância da quebra do sigilo telefônico, considerando o provimento da apelação necessária e “exigível (…) vez que, consoante gizado pela autoridade policial, diversas linhas investigativas já foram descartadas e até o momento, passados quase cinco anos da prática delitógena, não se descortinou todos os autores [executores e mandantes]”.
4º Matou mãe e filho e enterrou corpos porque desconfiou de traição

Marques Willian da Silva Santos, foi julgado e condenado a 39 anos e dois meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, na comarca de Sorriso, por matar a ex-namorada, Gislaine Garcia de Oliveira, de 15 anos, e o filho, Carlos Eduardo Garcia Oliveira, de seis meses. Marque confessou ter enforcado a criança na frente da adolescente e, depois, a estrangulado.
Walter Gustavo Krebs, que na época ajudou Marques e enterrar os corpos das vítimas, também foi condenado a dois anos e nove meses de prisão, em regime inicial aberto.
O crime ocorreu no dia 12 de março de 2014, no Bairro União, nas proximidades do Rio Teles Pires, e os corpos das vítimas foram enterrados no mesmo local. De acordo com a denúncia, o crime teve motivação passional. O ex-namorado, que à época do crime tinha 17 anos, alegou ter matado a ex e o filho por descobrir que ela teria o traído.
Para a execução do crime, Marques contou com ajuda de dois comparsas: Walter Gustavo Krebs, que na época tinha 18 anos, e outro adolescente de 17 anos. Estes teriam auxiliado no planejamento e na ocultação dos cadáveres, que foram enterrados no mesmo local do assassinato.
As ossadas dela e do filho de seis meses estavam enterradas e foram achadas pelos policiais em uma região de mata do município, no dia 19 de agosto.
Também declarou não acreditar que a criança era filha dele. No dia do crime, ele teria convidado a então namorada para participar de um piquenique junto com o filho, na região onde foram mortos.
Desde março de 2014, as vítimas eram tidas como desaparecidas e o caso só foi desvendado após a mãe da adolescente ter procurado a delegacia revelando que as últimas ligações recebidas no celular da filha eram dele. O delegado Pablo Rigo contou que o ex-namorado da garota já estava preso por participação em outro homicídio na cidade.
Ele e os amigos foram levados até o local onde as duas vítimas foram mortas e todos confessaram o crime.
5º Sara Paim, a menina que desapareu sem deixar pistas

Sara Vitória Fogaça Paim, à época com 5 anos, hoje estaria com 19 anos, desapareceu no dia 1º de junho de 2010 na rua de sua casa, que ficava próximo ao estádio, local onde o pedreiro e catador de recicláveis Antônio Ramos Escobar, que está preso, confessou o crime dizendo que teria levado a garota, numa bicicleta, a uma construção próxima ao estádio municipal de Sorriso, onde a criança teria sido estuprada, morta e enterrada, mas o corpo de Sara nunca foi encontrado.
Neste dia 1º de junho de 2024 faz 14 anos deste caso que marcou Sorriso.
Várias pessoas chegaram a ser investigadas pela Polícia Judiciária Civil (PJC), num caso que até este ano de 2023 representa um “labirinto” para as forças de segurança de Mato Grosso, que nunca apontou o autor do crime. Apesar de ter confessado a morte, a defesa alega que Antônio Ramos Escobar foi “torturado” para assumir a autoria do crime. A PJC realizou escavações em possíveis locais indicados pelo pedreiro onde a menina estaria enterrada, porém, o corpo de Sara Vitória nunca foi encontrado.
A Defensoria Pública de Mato Grosso pediu a despronúncia, que o réu não seja julgado pelo júri popular, do pedreiro e catador Antônio Ramos Escobar. Ele responde pela morte da menina Sara Vitória Fogaça Paim, desaparecida em Sorriso no ano de 2010, quando tinha 5 anos de idade.
O motivo de tentar “livrar” o principal suspeito pelo desaparecimento da garota – um caso de repercussão nacional, dentre outros motivos, pelo corpo da garota nunca ter sido encontrado -, é que a Defensoria Pública possui um novo suspeito.
A informação foi revelada durante o julgamento de um habeas corpus em favor de Antônio Ramos Escobar pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT). O defensor público Thiago Almeida Morato Mendonça, que faz a defesa de Escobar, revelou que os indícios do desaparecimento e da morte de Sara Vitória são “mais robustos” em relação a um homem identificado como Jonas Ribeiro dos Santos.
De acordo com o membro da Defensoria Pública de Mato Grosso, o “novo suspeito” foi denunciado pelo próprio tio, que afirmou que o sobrinho era “totalmente introvertido” em relação a outras pessoas – com exceção à Sara Vitória, uma vez que “comprava doces e ficava com ela no colo”.
Segundo o defensor, Jonas Ribeiro dos Santos comentou com o tio no dia do desaparecimento, em 1º de junho de 2010, que “iria pescar” – justificativa ouvida somente pelo parente do suspeito, que não foi dita a outras pessoas. “Jonas era totalmente introvertido com as pessoas, exceto em relação à Sara, a menina desaparecida. Que comprava doces, ficava com ela no colo, e no dia que a garota desapareceu ele falou para o depoente que foi pescar, sendo que para as outras pessoas ele disse que trabalhava com o tio”, relata a defensoria.
Thiago Almeida Morato Mendonça contou ainda que, após o desaparecimento, Jonas Ribeiro dos Santos, viajou até a cidade de Minaçu (GO), e que lá também molestou uma vítima. Além do crime cometido na cidade goiana, o defensor também revelou que Jonas é o principal suspeito de ter estuprado e assassinado a própria irmã, Joseane Ribeiro Fernandes, morta estrangulada aos 32 anos. O crime ocorreu no ano de 2014 no município de Ananindeua (PA).
“A defesa juntou ao processo algumas provas de que outra pessoa praticou esse fato. Um novo depoimento do tio, onde ele menciona que o seu sobrinho Jonas gostava de ‘adular’ a menor, ficava sempre com ela, que ele morava a menos de 3 metros da porta da desaparecida. Ele saiu de Sorriso, e foi para o município de Minaçu, e molestou outra jovem nesta cidade. Juntamos o boletim de ocorrência. Saindo de Minaçu ele foi para a cidade de Ananindeua onde ele estuprou e matou a sua própria irmã”, revelou o defensor.
O relator do habeas corpus na Terceira Câmara Criminal é o desembargador Gilberto Giraldelli. Ele manteve a pronúncia de Antônio Ramos Escobar, citando que Jonas Ribeiro dos Santos já estaria morto, além de Escobar ter sido flagrado com a camisa suja de sangue, com supostas marcas de uma “mão de criança”, que seriam de Sara Vitória. O magistrado contou ainda que, no dia seguinte ao desaparecimento, o suspeito “fugiu” de Sorriso, ficando 7 meses fora da cidade.
Tem duas teses: há uma outra pessoa, que também seria um estuprador, e naquelas imediações, eles dizem que poderiam ter sido ele. Ocorre que esse possível estuprador é falecido. Vai caber ao Tribunal do Júri. Não posso decidir para furtar a apreciação do juízo natural. Há indícios de autoria para que eles sejam submetidos ao Tribunal do Júri”, analisou Giraldelli.

O voto do desembargador foi seguido pelos demais membros da Terceira Câmara Criminal. A consulta ao processo revela que Antônio Ramos Escobar foi pronunciado ao júri popular em julho de 2022, sem data para o julgamento.
6º Matou e estuprou menina, de 8 anos, e ainda foi dormir

Homicídio qualificado, com emprego de meios cruéis, asfixia e estupro de vulnerável, são os crimes pelos quais o suspeito Jonathan Nicolas Duarte, na época com 20 anos, respondeu na Justiça, pelo assassinado de Natalya Bianca Lima, de 8 anos, ocorrido em Sorriso, na noite de quarta-feira (17.07.2019). Jonathan foi condenado a 21 anos de prisão.
O crime, que causou comoção na cidade, em menos de 24 horas, recebeu resposta da Polícia Civil, que tão logo tomou conhecimento prendeu o suspeito, que é vizinho dos fundos da casa da vítima.
O crime
“A mãe chegou em casa e a criança estava desacordada. O hospital que acionou a Politec, para saber a causa morte. O legista de imediato identificou o causa, pois ela estava o pescoço quebrado e lesões de abuso sexual”, disse o delegado. “Em menos de 24 horas identificamos e prendemos o autor”, completou.
A criança foi estuprada, teve o pescoço quebrado e morreu por asfixia, conforme confirmação do médico legista do município. A criança morava com mãe, mas na noite do crime, estava sozinha em casa, enquanto a mãe trabalhava. A mulher contou que chegou em casa, e percebeu que a filha estava desacordada e que tinha sofrido uma convulsão. Ela foi levada às pressas ao Hospital Regional, onde a equipe médica fez manobras de ressuscitação durante 45 minutos, mas a garota não respondeu aos procedimentos e foi confirmado o óbito.
O médico do hospital acionou o Instituto de Medicina Legal (IML) para necropsia com objetivo de descobrir a causa da morte. Na manhã de quinta-feira (18/07), o legista comunicou o delegado da Polícia Civil, André Eduardo Ribeiro, que a criança apresentava sinais de abuso sexual bem como indícios de morte violenta.
A partir desse momento, conta o delegado André Eduardo Ribeiro, todos os policiais passaram a se dedicar ao esclarecimento do caso. Foram identificados três possíveis suspeitos e um deles apresentou contradições nas declarações. Tratava-se de Jonathan Nicolas Duarte, morador dos fundos da casa da vítima.
O suspeito contou aos policiais que naquela noite, por volta das 20 horas, teria ido dormir e não mais saído de casa. No entanto, um amigo dele, que divide o mesmo quarto com ele, falou que ambos teriam ficado à noite bebendo, e por volta de 1 hora da madrugada, ele (Jonathan) saiu de casa e retornou 30 a 40 minutos depois, já quase por volta das 2 horas.
Levado à Delegacia, o suspeito acabou confessando que durante a madrugada, após fazer uso de bebida alcoólica e entorpecente, aproveitou que a vítima estava sozinha em casa, e foi até a residência dela. Enquanto a criança dormia, a asfixiou e abusou sexualmente dela. Ele contou que durante o ato sexual percebeu que menina não mais respirava e assim se vestiu e deixou a casa indo dormir.
7º O sobrinho que arrancou coração da tia

Um relatório emitido pelo Hospital Psiquiátrico Estadual Adauto Botelho conclui que Lumar Costa da Silva, que matou e arrancou o coração da tia, em julho de 2019, em Sorriso, estaria apto para alta hospitalar.
Considerado inimputável, conforme laudos periciais, Lumar está internado na unidade desde outubro do ano passado. Os exames apontaram que o acusado é portador de transtorno afetivo bipolar tipo I e não podia, ao tempo do crime, entender o caráter ilícito da ação. A defesa de Lumar é feita pelo advogado Dener Felizardo.
Equipe multiprofissional do Adauto fez o levantamento sobre o tratamento e as condições clínicas de Lumar, que cumpre medida de segurança na unidade após ser transferido da Penitenciária Dr Osvaldo Florentino Leite Ferreira, o Ferrugem.
O relatório foi encaminhado à Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). No documento, é destacado que, em entrevista, o pai de Lumar afirmou que ele nunca demonstrou questões relacionadas à saúde mental, era inteligente e sociável. Mas sofreu abusos psicológicos por parte da mãe. O pai de Lumar acredita que os problemas vieram após a separação de Lumar e o distanciamento da filha, hoje com 9 anos.
Profissionais do Adauto destacaram que Lumar sempre se mostrou calmo, com discurso lógico e coerente com boa interação com profissionais e pacientes. Após dois meses de internação, chegou a ter alucinações, mas somente este episódio. Esta equipe considera que no momento o paciente está apto para alta hospitalar, não necessitando cuidados intensivos de 24 horas e a continuar o tratamento em modalidade ambulatorial, informou o relatório destacando que Lumar deve ser acolhido por parentes de São Paulo após a alta.
A Equipe de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas aplicáveis a Pessoa com Transtorno Mental em conflito com a Lei (EAP/MT), por sua vez, sugeriu a conversão da medida de segurança em regime ambulatorial sendo referenciada à Rede de Apoio Psicossocial (RAPS) do Sistema Único de Saúde, do município de Campinas (SP), onde reside o pai de Lumar, que deverá reportar ao juízo relatório trimestral do seu acompanhamento. A Justiça ainda deve decidir sobre a alta.
O caso

Lumar morava em São Paulo e veio para Sorriso após um desentendimento com a mãe. Ele foi acolhido pela tia Maria Zélia, porém a mulher o expulsou de casa ao saber que era dependente químico.
No dia do assassinato, Lumar estava sob efeito de drogas e tinha alucinações. Afirma que não sabia o que estava fazendo e não conseguia distinguir a realidade da fantasia.
Em 2 de julho de 2019, ele atacou a tia e a matou a facadas. Com a arma ele arrancou o coração da mulher e a levou para a prima, filha da vítima. Roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, uma menina de 7 anos.
8 – O menor que matou para não ser pai

M.H.K.M, na época com 15 anos, que foi apreendido por matar Anna Luiza Nunes do Carmo, de 13 anos, em abril de 2020, em Sorriso, foi condenado pela juíza Daiene Vaz Carvalho Goulart, da 2ª Vara Cível da Comarca do município a cumprir medida socioeducativa de internação. Ele foi sentenciado por atos infracionais análogos aos crimes de estupro de vulnerável, homicídio qualificado e aborto sem consentimento da gestante.
De acordo com a decisão judicial, eledeveria permancere internado por três anos, prazo máximo permitido por lei, A cada seis meses deverá ser realizado exame psicossocial para verificar a necessidade ou não da manutenção da medida.
Gravidez
Um exame apontou que Anna Luiza estava grávida e de acordo com o delegado responsável pelo caso, Nilson Farias, o adolescente de 15 anos tinha conhecimento da gravidez.
O adolescente foi apreendido no mesmo dia em que Anna Luíza foi encontrada morte em um terreno baldio, no município. Ele disse à polícia que cometeu o crime porque a menina estava grávida e ele temia as consequências, já que tinha outra namorada.
Ele também contou ter matado a vítima com um golpe de mata-leão e depois arremessado um tijolo nela, além de dar vários golpes com um pedaço de madeira.
Depois do crime, ele pôs fogo na roupa nas roupas dele na tentativa de apagar os vestígios do crime.
O crime
De acordo com a polícia, no dia do desaparecimento a garota utilizou o celular da sua irmã para falar com um rapaz, arrumou a cama com travesseiros para que pensassem que ela estava dormindo e saiu de casa.
Anna Luiza Nunes do Carmo foi vista por câmeras antes de ser morta em Sorriso.
Assim que o corpo foi localizado, a Polícia Civil iniciou as investigações que apontaram o adolescente como principal suspeito do crime. Durante o depoimento de testemunhas, a polícia descobriu que havia um relacionamento entre o suspeito e a vítima.
De acordo com testemunhas, antes ele estava bem fisicamente e sem lesões aparentes, porém, no dia seguinte do crime amanheceu com o tornozelo torcido, com fratura evidente e as mãos machucadas, possivelmente devido aos esforços empregados para desferir as agressões contra a vítima.
A mãe da garota registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil sobre o desaparecimento. Ela contou à polícia que Anna Luiza foi para o quarto e dormiu. Na manhã do outro dia ela não foi encontrada na cama e havia desaparecido.
Câmeras de segurança registraram o momento em que a menina anda a pé pelas ruas. Aparentemente ela estava sozinha.
O corpo dela foi encontrado dois dias depois do desaparecimento em um terreno no cruzamento da Avenida Los Angeles esquina com Avenida Curitiba, atrás de um ginásio.
9º Ramira “picadinho”. A mulher matou o filho para viver grande amor

Ramira Gomes da Silva, de 22 anos, foi condenada a 34 anos de prisão pelo assassinato de seu filho de quatro meses, ocorrido em maio de 2021. O tribunal do júri a considerou culpada de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A sentença foi proferida pelo juiz Anderson Candiotto, que determinou que a ré cumpra a pena em regime fechado, sem a possibilidade de recorrer em liberdade.
O promotor Luiz Fernando Rossi Pipino manifestou satisfação com a decisão. “Estamos satisfeitos com a decisão soberana do tribunal do júri e com a sentença prolatada pelo juiz togado na fixação da pena. A barbaridade praticada foi um ato brutal e covarde. Uma ação perversa”, disse.
O caso
O crime foi cometido com requintes de crueldade. Segundo a mãe, na madrugada de 14 de maio ela matou o bebê asfixiado com um travesseiro. Foram necessárias duas tentativas para conseguir matar o filho, que estava no carrinho.
Depois do homicídio, ela levou o corpo até a pia da cozinha, onde cortou as mãos e pés do filho, para facilitar esconder o cadáver. Ela colocou os membros dentro de latas de leite em pó, embalou em sacos de lixo e deixou na lixeira em frente da casa.
Ela ainda lavou o local e jogou as roupas que usava fora. O tronco e cabeça foram enterrados em uma cova rasa embaixo de um tanque de lavar roupa no quintal.
Ao amanhecer, foi até o mercado para comprar produtos de limpeza para tentar eliminar os vestígios de sangue na cozinha. Depois de ter matado o filho, ela ainda compareceu à uma consulta no dentista, como se nada tivesse acontecido.
Os restos mortais foram encontrados por um cachorro e logo os vizinhos chamaram a polícia.
10º CASO XUXA – “Amigos” de infância matam , quasse degolam e jogam corpo em rio

Já se passaram dois anos e seis meses desde a morte do domador de cavalos Everton Marcelo dos Passos, conhecido carinhosamente como “Xuxa” e a família e amigos cobram justiça e seguem sem entender como ele pôde ter sido morto de uma forma tão cruel. Mas apesar do sofrimento, eles veem com esperança o avanço do processo penal contra os acusados pelo crime.
Todos os meses parentes e amigo de “Xuxa” entram em contato com o JK para saber como anda o processo e quando será o juri popular que fará justiça pela covardia que foi feita com “Xuxa”.
Nada justifica, se foi briga ou o que foi para fazerem uma coisa tão cruel. Brigar todo mundo briga, mas para chegar nesse ponto…
O mecânico Matheus Augusto Drago Schnoor e o médico veterinário Richard Bortolo Júnior vão a júri popular no processo que investiga a morte de Everton. Matheus chegou a confessar a autoria do crime, já a participação de Richard tem versões desencontradas.
Everton foi assassinado na madrugada de 7 de setembro de 2022. Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, o crime aconteceu após ele se desentender com os dois amigos, com quem havia ido para uma balada em Sorriso. Os três eram naturais de Adamantina (SP).
“Eu sei lá o que aconteceu. Até agora não dá pra entender. Nada justifica, se foi briga ou o que foi para fazerem uma coisa tão cruel. Brigar todo mundo briga, mas para chegar nesse ponto…”, diz o policial penal Anderson Rodrigo dos Passos, irmão de Everton e também morador de Adamantina.
Anderson conta que até o momento não teve – e nem pretende ter – contato com dos dois acusados pelo crime. “Eram de casa, conhecidos antigos que viviam aqui dentro. O Matheus eu peguei no colo, minha mãe trabalhava para a família dele”, conta.
Poucos dias antes do crime acontecer, Everton chegou a mandar mensagens e vídeos para a família dizendo que estava com os “amigos”.
“No sábado ele mandou mensagem para mim dizendo que estava na casa do Richard e na casa do Matheus. Mandou um vídeo para minha mãe: ‘Oh, mãe, com quem eu estou’. Minha mãe ajudou a criar o Matheus, ela trabalhava para a família dele”.
O júri popular da dupla ainda não foi marcado. E apesar de nada trazer Everton de volta para a família, Anderson espera que eles permaneçam presos.

Acabaram com a vida do meu irmão, da minha mãe e acabaram com a vida deles e das famílias deles. Eram de boas famílias
“O que queremos é que eles continuem presos. Justiça, acho que só divina. Acabaram com a vida do meu irmão, da minha mãe e acabaram com a vida deles e das famílias deles. Eram de boas famílias”, disse.
Planos interrompidos
Everton sempre gostou de cavalos e transformou a paixão em profissão.
Ele era domador de cavalos de três tambores, uma das provas favoritas de muitos frequentadores de festas do peão. A modalidade exige velocidade e coordenação motora excepcional.
E foi a profissão que tanto amava que trouxe Everton para Mato Grosso. Essa era a segunda vez que o domador aceitava uma oferta para trabalhar em um haras de Sorriso.
O plano dele, segundo Anderson, era ficar até o final do ano no Estado e retornar para a sua cidade natal. O plano foi interrompido permanentemente com o brutal assassinato.
“Sempre vivendo nessa vida de cavalos desde moleque. Graças a Deus ele estava muito bem profissionalmente. Era a segunda vez que ele ia para essa região. Já fazia uns seis ou sete meses que ele já estava aí, mas ele tinha pretensão de voltar”, disse.

Saudade sem fim
Anderson conta que era muito ligado com o único irmão, e que mesmo de longe um sempre estava presente na vida do outro.
“Ele era muito palmeirense e eu também sou. A gente assistia jogo junto, ele lá no rancho e eu em casa. O jogo passando e a gente conversando sobre ele no WhatsApp”, recorda.
“Meu irmão tinha a personalidade forte, mas sempre foi amigo de todo mundo, era muito conhecido aqui na cidade”.
Apesar do tempo que se passou desde a morte de Everton, as marcas de tê-lo perdido de uma forma tão cruel e inexplicável permanecem.
“Minha mãe está sofrendo, passou mal há algumas semanas com um tipo de ansiedade, meio que virando uma depressão, pressão alta etc. Agora melhorou, mas estava muito mal”, afirma.
Com Anderson não foi diferente e até hoje se pega remoendo toda a história
“Sou vigilante e às vezes eu fico muito tempo parado no mesmo lugar. A cabeça da gente fica remoendo o porquê. Se você não tiver o psicológico bom…”

O caso
Segundo as investigações, Everton teria lutado durante uma briga com a dupla e sido agredido até ficar desacordado. Depois de inconsciente, testemunhas afirmam que o domador foi colocado na carroceria de uma caminhonete.
Everton foi golpeado com um canivete no pescoço. O golpe foi do tipo esgorjamento, ou seja, bastante profundo e condizente com princípio de degolamento.
O corpo ainda foi ocultado, só sendo localizado no dia 10 de setembro, no rio Lira.
Sorriso: Amigos de infância, que mataram “Xuxa”, quase arrancando sua cabeça, e o jogaram no rio, vão a júri popular
A juíza Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, da 1º Vara Criminal de Sorriso, decidiu mandar a júri popular o médico veterinário Richard Bortolo Junior, suspeito de ter matado, juntamente com o mecânico Matheus Augusto Drago Schnoor, Everton Passos de Andrade, de 39 anos, que era conhecido como Xuxa, que quse foi degolado às margens do Rio Lira, em Sorriso, ap´pos uma discussão na madrugada do dia 06/09/2022.
Richard e Matheus serão julgados por homicídio qualificado, por motivo fútil, e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
“A prova da existência do crime e indícios de sua autoria são veementes e não foram abalados no decorrer do feito por nenhuma prova ou alegação defensiva. Na mesma linha segue o perigo gerado pelo estado de liberdade dos acusados, demonstrado a partir do modus operandi utilizado, persistindo a garantia da ordem pública evitando-se, assim, que se coloquem em risco novos bens jurídicos e por ter se evadido do distrito da culpa, a fim de resguardar a aplicação da Lei Penal”, diz a decisão.
Richard e Matheus podem recorrer da decisão, mas a juíza determinou que os dosis continuem presos.
Matheus presta serviços no fórum de Sorriso, onde anda tranquilamente para todos os lados.
STJ mantém prisão de médico por matar “Xuxa” atropelado e degolado em Sorriso
O Superior Tribunal de Justiça, em uma decisão monocrática do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, negou um habeas corpus proposto pela defesa do médico veterinário Richard Bortolo Junior. Ele é suspeito de ter matado, juntamente com o mecânico Matheus Augusto Drago Schnoor, um homem identificado como Everton Passos de Andrade, de 39 anos, que era conhecido como Xuxa, na cidade de Sorriso.
A dupla confessou ter matado a vítima, após uma festa, onde o trio havia ido.
Os três eram amigos de infância, da cidade de Andradina, e haviam se desentendido.
Os dois então atropelaram Everton e o agrediram. Posteriormente, Xuxa foi colocado no veículo e levado a uma região de mata.
No local, foi degolado e teve o corpo atirado no rio Lira. A defesa do médico veterinário apontou que ele é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita, além de que se apresentou espontaneamente para se entregar.
O habeas corpus pontuava ainda que “o modus operandi da prática do crime em análise, revelou-se normal à espécie, não havendo situação que extrapole a violência própria do crime de homicídio qualificado, não ficando caracterizado uma situação de torpeza, crueldade, frieza e premeditação”. Em sua decisão, o ministro apontou que a vítima era amigo de infância dos suspeitos, e que por conta de uma discussão banal, tentaram atropelar o colega.
O magistrado destacou que os dois agrediram Xuxa até que ele desmaiasse, e posteriormente colocaram-no no carro em que estavam e cortaram seu pescoço, inclusive tentando ocultar o corpo. “Tal cenário fático, como visto, escorado em elementos de prova coletados em ampla investigação policial, revela a frieza e periculosidade dos acusados, denotando, portanto, a necessidade da custódia cautelar, com vistas a resguardar a ordem pública.
Portanto, mostra-se legítimo, no caso, o decreto de prisão preventiva, uma vez ter demonstrado, com base em dados empíricos, ajustados aos requisitos do art. 312 do CPP, o efetivo risco à ordem pública gerado pela permanência da liberdade”, diz a decisão.
11º A chacina que chocou o Brasil. Gilberto, o pedreiro que matou mãe e filhas

Entre a noite de uma sexta-feira e a madrugada de sábado, 24 e 25 de novembro de 2023, ocorria a maior tragédia já vista em Sorriso. Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas filhas Miliani de 19 anos, Manuela de 13 anos e Melissa, de 10 anos, foram mortas em sua residência por Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, pedreiro que trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas.
Na noite do crime Gilberto usou um andaime da construção para ultrapassar a cerca elétrica e invadir a casa pela janela do banheiro. Após cometer os homicídios e estupros, ele retornou à obra, onde limpou o sangue das roupas e escondeu os pertences ensanguentados em um contêiner. Os corpos das vítimas só foram descobertos na segunda-feira (27 de novembro), quando a ausência da família chamou a atenção de vizinhos e parentes.
Regivaldo Batista Cardoso, pai das meninas, e marido de Cleci, na época estava trabalhando com seu caminhão em outro estado, e ao não conseguir contato com as filhas e esposa, chamou uma equipe da polícia e pediu que fossem até o local, na época dos fatos um circulou áudio de Regivaldo mostrando a preocupação do homem com a falta de notícias da família. Os corpos foram encontrados pela guarnição da PM, e o Corpo de Bombeiros que estava no local para controlar os cachorros da família.
No momento em que a Polícia Civil chegou ao local para as investigações, Gilberto, agindo como se fosse apenas mais um curioso, acompanhava as movimentações junto aos colegas de trabalho. Ele foi identificado como suspeito após uma denúncia anônima recebida pelo jornalista Jonatha Kennedy, do portal JK NOTÍCIAS. Durante a abordagem, ele apresentou a cópia da identidade como documento.
@jknoticias.com " OBRIGADO POR ACREDITAR E CONFIAR NO MEU TRABALHO. E SEMPRE SUA IDENTIDADE NUNCA, JAMAIS E EM HIPÓTESE ALGUMA SERÁ REVELADA!" Sorriso: Ligação AO VIVO recebida pelo JK e 'pegada' deixada em cena do crime foram fundamentais para prisão de assassino de família #jk #jknews #jknoticias #video #jornalismo #viral #sorrisomt #matogrosso #brasil #brasil🇧🇷 ♬ som original – JKNOTÍCIAS
Durante checagem dos dados pessoais, a equipe policial apurou que contra ele havia dois mandados de prisão em aberto, um pela Comarca de Lucas do Rio Verde por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, pelo crime de latrocínio. Questionado, ele ficou nervoso e alegou que não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana.
Na casa perícia encontrou marcas de chinelo ensanguentadas no piso da residência, que correspondiam a um calçado de Gilberto. Pressionado pelos indícios, ele confessou o crime, detalhando que estava sob efeito de drogas na ocasião. Em interrogatório ele deu detalhes do crime. Ele contou que estuprou três das vítimas enquanto elas ainda agonizavam, após serem esfaqueadas por ele.
Após a descoberta dos corpos em 27 de novembro, Gilberto Rodrigues dos Anjos foi interrogado pela polícia e, ainda no mesmo dia, transferido de Sorriso para a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, por um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). A transferência foi solicitada pelo delegado Bruno França Ferreira para garantir a segurança do preso, já que a cidade estava em comoção, e moradores revoltados planejavam invadir a delegacia para linchá-lo.
Contudo, diante do clamor popular causado pela chacina, no dia 29 de novembro, Gilberto foi novamente transferido, desta vez para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. A decisão foi tomada pelo juiz Walter Tomaz da Costa, da Vara Criminal de Sinop, considerando que a PCE oferece o mais alto nível de segurança do Estado.
Em 15 de dezembro de 2023, o Ministério Público de Mato Grosso aceitou a denúncia contra Gilberto, indiciando-o pelos seguintes crimes:
Cleci Calvi Cardoso (46 anos): homicídio qualificado pela crueldade; recurso que impossibilitou a defesa da vítima; agiu para garantir a execução de outro crime; e com menosprezo pela condição de ser mulher e estupro.
Miliani Calvi Cardoso (19 anos): homicídio qualificado pela crueldade; recurso que impossibilitou a defesa da vítima; agiu para garantir a execução de outro crime; e com menosprezo pela condição de ser mulher e estupro.
Manuela Calvi Cardoso (13 anos): homicídio com 5 qualificadoras: crueldade; recurso que impossibilita a defesa da vítima; para garantir a execução de outro crime; menosprezo pela condição de ser mulher; e crime contra vítima menor de catorze anos e estupro de vulnerável.
Melissa Calvi Cardoso (10 anos): homicídio qualificado por asfixia; recurso que impossibilitou a defesa da vítima; para garantir a impunidade de outro crime; menosprezo pela condição de ser mulher; e crime contra vítima menor de catorze anos.
Em maio de 2024 ocorreu a primeira audiência do caso. Durante a sessão, foram ouvidas as declarações de três familiares das vítimas e de oito policiais civis e militares que participaram das investigações e diligências.
Em junho de 2024, o advogado Conrado Pavelski Neto protocolou um pedido de indenização de R$ 40 milhões contra o Estado, em nome do pai e da avó das vítimas, responsabilizando o governo pela negligência que permitiu a tragédia.
Em julho de 2024, o juiz Rafael Depra Panichella determinou que Gilberto fosse submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. Entretanto, a Defensoria Pública recorreu da decisão, e o julgamento segue sem data definida.
O crime expôs falhas no sistema de justiça criminal. Meses antes da chacina, em setembro, Gilberto procurou ajuda em uma delegacia após cometer estupro e tentativa de homicídio em Lucas do Rio Verde, mas os policiais não o identificaram devido a erros na base de dados.
O caso motivou a senadora Margareth Buzetti a apresentar o Projeto de Lei Mulheres Calvi Cardoso (PL 6212/2023), propondo a criação de um Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais, além de maior transparência em processos judiciais envolvendo crimes graves.
Um ano após o crime, a população de Sorriso ainda aguarda o desfecho do caso. O processo tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, onde o recurso da defesa de Gilberto está em análise. A família das vítimas, assim como os moradores da cidade, espera celeridade no julgamento para que o assassino seja responsabilizado pelos atos que chocaram o país.
12º O estuprador do Rota do Sol, que estava solto depois de estuprar outra mulher

O JKNOTICIAS recebeu uma mensagem que mais uma vez nos deixa assustados com a facilidade de criminosos cometerem crimes que chocam a sociedade e mesmo assim continuarem tendo sua liberdade “inabalada”, passando pouco tempo presos, mesmo tendo cometido crimes brutais, cruéis, hediondos e quando saem, com a anuência da justiça, que acredita que o mesmo mudou, eles voltam a cometer o mesmo crime ou até mais cruéis.
Após a grande repercussão da reportagem sobre o estuprador e agressor do Rota do sol, crime que aconteceu na manhã da última sexta-feira (23.08), quando Warlen Thalys dos Santos Silva, de 24 anos, tentou estuprar e agrediu uma mulher e a noite ele foi preso pela Polícia Militar de Sorriso após uma intensa busca.
Warlen era procurado desde a manhã do mesmo dia, após ter invadido a casa de uma mulher no bairro Rota do Sol e tentado estuprá-la. Warlen, segundo a entrevista que ele deu ao JK, disse que era tornozelado e respondia pelo crime de sequestro e que estava drogado e bêbado. Warlen foi preso usando apenas um saco plástico como roupa.

Uma mulher entrou em contato com o JKNOTICIAS e relatou que também foi vítima do agressor em 2021.
“Está escrito que ele estava preso por sequestro, mas ele estava preso por estupro. Eu fui a vítima em abril de 2021. Estou bastante em choque com essa história, ele solto e fez o crime quase igual. Eu também era vizinha dele, ele também me mordeu, enfim gostaria muito de pedir para arrumar o título. Ele havia pego 16 anos, estou muito revoltada que ele estava solto“, escreveu a vítima, que não vai ser identificada.


Na postagem da vítima da agressão do última final de semana ela também relatou que ainda ouve a voz do agressor.

O crime ocorreu enquanto a vítima dormia. Warlen, que seria filho do vizinho da mulher, invadiu a casa nu e armado com uma faca. Durante o ataque, ele a ameaçou, mordeu seu nariz, arrancando um piercing, e a esfaqueou. Apesar da violência, a vítima lutou bravamente, conseguindo desarmá-lo e feri-lo no pescoço, o que forçou o agressor a fugir nu da residência.
A filha da vítima, uma criança de apenas 4 anos, estava em casa no momento do ataque. Assustada, a menina saiu para pedir ajuda aos vizinhos.

A vítima, de 26 anos, estava com a filha de quatro anos em casa, quando o suspeito invadiu o local.
Pessoas que passavam ao redor ouviram os gritos da mulher e acionaram o Corpo de Bombeiros. Os vizinhos relataram que o suspeito saiu nu da residência onde tentava cometer o crime, pegou uma moto e fugiu. Ele foi localizado em uma rotatória e foi cercado por pessoas que estavam no local, mas conseguiu fugir novamente por uma região de mata.
Aos militares, a vítima disse que Warlen é amigo do marido dela e entrou na casa quando ela ainda estava dormindo, logo após o marido sair para trabalhar. Ela confirmou a tentativa de estupro e disse que foi agredida com socos e mordida no nariz. Após encaminhá-la para a UPA, os bombeiros acionaram a Polícia Militar.
De acordo com os vizinhos, a vítima estava com bastante sangue no corpo, mas segundo o sargento Thalmir Rodrigues, a mulher afirmou que o sangue era do suspeito, após ela tê-lo esfaqueado para se defender.
“Ela afirmou que o estupro não foi consumado e para se defender, ela o esfaqueou, então o sangue que estava sobre a vítima não era dela, mas sim do suspeito“, pontuou.
O sargento informou também que a filha da vítima passou mal depois do ocorrido.
“Após encaminhar a vítima para UPA, a filha dela, menor de idade, passou mal. Chamaram a gente, mas ao chegarmos, o Conselho Tutelar já estava prestando atendimento“, contou.
A Polícia Militar realizou rondas na região ao longo do dia, até que recebeu uma denúncia anônima de que o suspeito estava em um terreno baldio. Equipes foram até o local e encontraram o homem encostado em um muro. Ele tinha um corte no ombro direito, escoriações da fuga e estava somente com o saco plástico enrolado no corpo.
Warlen recebeu voz de prisão e foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para suturar o ferimento, antes de ser levado à Delegacia de Polícia Civil.
O suspeito foi encaminhado à UPA para cuidar dos ferimentos e, posteriormente, para a delegacia da Polícia Civil.
Na delegacia, Warlen disse que não queria matar a vítima, apenas agredi-la. Ele afirmou ainda que estava “louco” de droga e cachaça, e que se arrepende. Ao ser perguntado sobre suas passagens pela polícia, ele admitiu que já foi preso por estupro e sequestro.
13º – Matou engenheira em briga de trânsito

A engenheira agrônoma Júlia Barbosa de Souza, morta aos 28 anos, por Jackson Furlan, e que hoje estaria com 34 anos ao lado da família, nunca será esquecida e sua morte marca mais uma tragédia em Sorriso, causada de forma, covarde, cruel e fútil pelo seu assassino.

O JK que acompanhou o caso, os familiares que ficaram próximos do JK relembraram a morte precoce da jovem agrônoma, que hoje poderia ter construído uma família, estar muito bem profissional ou que ela quisesse fazer da vida, estaria ao lado da família, mas tudo isso foi tirado de forma covarde, por Jackson Furlan, que mesmo condenado e estando pagando pelo crime, está vivo, ao lado da família e curtindo sua vida. Já Júlia e sua família, não! E talvez nunca mais vão poder vive em paz.
Era madrugada de sábado (09/11/2019) quando Jackson Furlan atirou e acertou a cabeça de Julia durante uma perseguição em Sorriso, no Mato Grosso.
Segundo a polícia, Júlia e o namorado estavam na casa de amigos e após o jantar, a pedido de Júlia, o casal foi até a conveniência de um posto de combustível comprar chocolate. Após a compra, eles seguiram em uma caminhonete Hilux para dar um último passeio antes de retornar para casa.
No percurso, um veículo Gol preto passou a andar devagar pela via, fazendo com que o veículo em que estavam Julia e o namorado também reduzisse a velocidade. Neste momento, Jackson, também conduzindo uma Hilux, se aproximou do carro do casal e passou a buzinar e a forçar passagem.
O veículo onde estava a vítima seguiu em velocidade reduzida ainda atrás do Gol, o que provavelmente enfureceu Jackson, que estava embriagado. Ele passou a seguir o carro do casal, tentando fazê-los parar. O namorado de Júlia passou a fugir pelas ruas da cidade e chegou a conseguir despistar Jackson, mas voltou a ser seguido na Avenida Brasil. Foi quando Jackson atirou contra o casal próximo ao Hospital 13 de Maio.
O projétil transfixou o vidro traseiro do veículo e atingiu Júlia, que foi socorrida pelo namorado até o hospital próximo. Porém, a engenheira não resistiu ao ferimento.
A polícia disse que a motivação do crime está ligada ao nervosismo do suspeito em razão do trânsito lento.
Jackson Furlan, que na época 29 anos, se entregou após mandado de prisão preventiva expedido contra ele.
Em agosto de 2022, Jackson foi condenado pelo Tribunal do Júri a pena de 16 anos, pelo homicídio qualificado de Julia, sendo absolvido quanto ao crime de tentativa de homicídio duplamente qualificada em relação ao namorado, Vitor.
Na primeira fase do rito do Júri, o juízo da Primeira Vara Criminal absolveu Jackson do crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil), pronunciando apenas no homicídio consumado, com uma qualificadora (motivo fútil).
O Ministério Público recorreu da decisão, sendo reformada pelo Tribunal de Justiça, pronunciando Jackson ao Tribunal do Júri, pelo crime de tentativa de homicídio duplamente qualificada (recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil), e homicídio qualificado (motivo fútil).
A defesa interpôs embargos de declaração em face da sentença proferida pelo Juízo da Primeira Vara Criminal de Sorriso, pois Jackson confessou o crime em plenário, contudo, na ocasião da dosimetria da pena, não foi aplicada a atenuante da confissão. Com isso, ao julgar o recurso de embargos de declaração, o Juízo reconheceu a atenuante da confissão, reduzindo a pena para 15 anos de reclusão.
Em recurso de apelação interposto pela defesa técnica, em face da sentença de primeiro grau, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso acolheu a tese defensiva, reduzindo a pena para 13 anos e 04 meses de reclusão.
Jackson Furlan, 30 anos, que foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado pela morte da engenheira agrônoma Júlia Barbosa de Souza, “foi pra rua”, isso porque Jackson está trabalhando em uma empresa de Sorriso pelo dia, voltando ao CRS somente a noite para dormir.
O advogado de Furlan, William dos Santos Puhl, confirmou a informação e ressaltou que este é um benéfico que o preso tem.
“Ele está trabalhando fora da cadeia, pois está cumprindo pena no regime fechado e a LEP (Lei de Execução Penal) permite ao preso condenado e que já cumpriu um certo tempo de sua pena, trabalhar extramuro. Aqui em Sorriso existem várias empresas que aceitam reeducandos que estão em ressocialização e em Sorriso tem 75 presos que trabalham fora do CRS. Inclusive na empresa onde ele está trabalhando existem mais reeducandos trabalhando. É um direito que ele conseguiu após passar por uma criteriosa avaliação, onde ele passa por avaliação do conselho da comunidade, dos policiais penais, se ele tem bom comportamento ou corre os risco de fuga e ele se encaixou em todos os critérios para trabalhar fora. Ele trabalha normalmente pelo dia e volta pra cadsie à noite“, ressaltou Puhl.
Infelizmente Sorriso sempre se deparada com estes crimes cruéis, fúteis ou torpe que chocam a cidade e muitos crimes chocam o Brasil.
Pesquisa realizada em arquivos do JKNOTICIAS, TJMT, MPMT, G1 e redes sociais