Mulheres que ingressam na polícia da Indonésia são submetidas a “testes de virgindade”, segundo relatório divulgado pela organização Human Rights Watch. Durante o processo de recrutamento, as candidatas precisam passar pelo polêmico “teste dos dois dedos”, realizado pela Polícia Nacional do país.
Um artigo da FIGIJ (Federação Internacional de Ginecologia Infantil e Adolescente) em parceria com a NASPAG (Sociedade Norte-Americana de Ginecologia Pediátrica e Adolescente), publicado na revista Journal of Pediatric and Adolescent Gynecology, defende que a ideia de “hímen virgem” seja descartada e seu uso evitado em documentos de investigação de abuso sexual.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, especialistas classificam a prática como sexista, dolorosa e traumatizante. Eles reforçam que a virgindade não tem qualquer relação com a capacidade de uma mulher exercer a função policial.
Contudo, essa realidade não se limita à Indonésia. Em países como Turquia, Egito, Marrocos e Iraque, mulheres também são frequentemente obrigadas a se submeterem ao teste por razões que pouco ou nada têm a ver com seus interesses.
A publicação da Human Rights Watch destaca que os testes de virgindade ainda persistem em várias culturas e países por motivos sociais, econômicos e religiosos. “Isso leva à prática recorrente de testes de virgindade, tipicamente antes do casamento”, diz o texto. Mesmo sob o ponto de vista cultural, o estudo aponta que essa prática constitui uma violação dos direitos humanos, sendo considerada uma forma de violência de gênero.
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