A adolescente, de 15 anos, que mantinha um relacionamento virtual com o adolescente de 14 anos, que matou os próprios pais e do irmão de 3 anos, em Itaperuna (RJ), acompanhou em tempo real o crime por meio de uma chamada de vídeo e disse que “era igual videogame”. A informação foi confirmada pela própria adolescente durante depoimento prestado à Polícia Civil de Mato Grosso, em Água Boa, na última quinta-feira (26).
Segundo apurado, a garota afirmou que sabia do que o namorado pretendia fazer e manteve contato com ele antes, durante e depois do crime, ocorrido no sábado (21). Eles estavam juntos virtualmente havia seis anos e se conheceram por meio de jogos online.
Durante o depoimento, que foi realizado com a presença da mãe da adolescente, a jovem relatou que o namorado envenenou a família antes de matá-los a tiros. Ela ainda disse que tudo foi tratado como se fosse parte de um “jogo”.
O caso gerou perplexidade entre os investigadores, que ficaram impressionados com a frieza demonstrada pela jovem, assim como pelo próprio autor do triplo homicídio.
A adolescente foi liberada após prestar esclarecimentos, mas as informações colhidas pela Polícia Civil de Mato Grosso foram encaminhadas à Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, que conduz a investigação principal e irá definir os próximos passos. Prints de conversas, vídeos e áudios trocados entre o casal virtual foram entregues para análise.
As autoridades agora apuram se a jovem teve influência direta na decisão do namorado ou se apenas presenciou o crime sem reagir. As mensagens obtidas até o momento indicam uma possível cumplicidade, mas ainda não há confirmação de envolvimento direto.
O crime
No dia 21 de junho o adolescente de 14 anos matou o pai Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos; a mãe Inaila Teixeira, de 37 anos e o irmão de 3 anos. Para mata-los, ele usou uma arma de fogo que havia em casa. O armamento era registrado no nome do pai dele, que era autorizado a mantê-la como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Após cometer o crime, o menino espalhou um produto químico no chão e arrastou os corpos até uma cisterna da casa, onde jogou os cadáveres.
Nos dias seguintes, parentes passaram a perguntar pelos pais e irmão do adolescente e chegaram a comunicar o desaparecimento à polícia.
Policiais foram até à casa do menino na quarta-feira, para realizar uma perícia, e encontraram os corpos.
O menino confessou o crime e disse que assassinou a família porque os pais eram contra o relacionamento virtual que ele mantinha com a adolescente de Mato Grosso. Em clara demonstração de frieza, ele disse que não estava arrependido e que faria tudo de novo se fosse preciso.
Investigações apontaram que o adolescente estava pesquisando como receber FGTS de pessoas falecidas e já procurava um emprego em Água Boa.