A menor de 15 anos, apreendida em Água Boa nessa segunda-feira (30.06), orientou o namorado virtual, um menor de 14 anos que matou a família no Rio de Janeiro, a executar o crime. É o que revelou o delegado responsável pelo caso em Mato Grosso, Matheus Soares.
“A menor participou ativamente incentivando o adolescente a cometer os crimes. Após matar o pai, ele enviou um áudio para ela: ‘matei meu pai’, e ela respondeu: ‘atira nela agora’, se referindo à mãe dele”, contou o delegado.
Após os assassinatos, os dois menores continuaram trocando juras de amor e fazendo brincadeiras por mensagens de texto. A menor mato-grossense, que era namorada virtual do assassino, disse que estava orgulhosa dele por ter matado a família para ficar com ela.
“Nunca pensei que alguém faria isso por mim”, disse ela, conforme revelou o delegado. Os dois ainda teriam conversado sobre formas de se livrar dos corpos das vítimas.
Ainda conforme o delegado, os diálogos entre o casal de menores apontaram que os dois tinham intenção de matar os pais dela, caso o assassino conseguisse vir para Mato Grosso.
Ao tomar conhecimento das informações, a mãe da menor não acreditou na polícia. Ela disse que a filha é uma menina exemplar, que só tira boas notas na escola e a acompanha em tudo.
O crime
No dia 21 de junho, o menor de 14 anos matou o pai Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos; a mãe Inaila Teixeira, de 37 anos e o irmão de 3 anos. Para matá-los, ele usou uma arma de fogo que havia em casa. O armamento era registrado no nome do pai dele, que era autorizado a mantê-la como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Após cometer o crime, o menino espalhou um produto químico no chão e arrastou os corpos até uma cisterna da casa, onde jogou os cadáveres.
Nos dias seguintes, parentes passaram a perguntar pelos pais e irmão do assassino e chegaram a comunicar o desaparecimento à polícia.
Policiais foram até à casa do menino na quarta-feira, para realizar uma perícia, e encontraram os corpos.
O menino confessou o crime e disse que assassinou a família porque os pais eram contra o relacionamento virtual que ele mantinha com a adolescente de Mato Grosso. Em clara demonstração de frieza, ele disse que não estava arrependido e que faria tudo de novo se fosse preciso.
Investigações apontaram que o adolescente estava pesquisando como receber FGTS de pessoas falecidas e já procurava um emprego em Água Boa.