Uma mãe procurou a Redação do JK Notícias na noite da última terça-feira (1º) para relatar um possível erro na prescrição de medicamentos feita por uma médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sorriso. Segundo ela, a filha de apenas 3 anos poderia ter sofrido consequências graves se não tivesse questionado a dosagem indicada.
“Sempre defendi a UPA, sempre foram atenciosos comigo e com a minha filha, mas desta vez eu preciso chamar atenção das mãezinhas para ficarem de olho na dosagem da medicação que receitam para os nossos pequenos, porque depois que a merda acontece não tem como reverter, né?”, desabafou.
Segundo o relato, a criança apresentava dor de ouvido, mas sem febre. Durante o atendimento, a médica teria higienizado o otoscópio (aparelho utilizado para examinar o ouvido), mas, ainda molhado, o introduziu no ouvido da menina. Em seguida, a profissional prescreveu o uso de amoxicilina com clavulanato, um antibiótico comum, mas com uma dosagem que levantou preocupação: 12 ml a cada 12 horas.
Além disso, a mãe afirmou que a médica não soube calcular corretamente a dose de dipirona, e recomendou que a dosagem fosse verificada diretamente com o farmacêutico. “Graças a Deus, o farmacêutico me orientou que não podia dar 12 ml da medicação. Se eu tivesse confiado 100% e dado, poderia ter sido muito pior.”
A mãe alertou outras famílias para redobrarem a atenção ao receberem prescrições para seus filhos. “Tem médicos ali dentro totalmente despreparados para ficarem sozinhos nos atendimentos, principalmente se forem medicar crianças.”
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Sorriso esclareceu que, de acordo com a equipe clínica da UPA, a prescrição da amoxicilina com clavulanato foi tecnicamente correta. Segundo o comunicado, a dosagem varia entre 50 a 90 mg/kg/dia, e para uma criança com cerca de 14,7 kg, como a paciente, a dose de 80 mg/kg/dia está dentro dos parâmetros adequados.
Quanto ao exame físico, a Prefeitura afirmou que o procedimento de higienização do otoscópio foi seguido conforme o protocolo, com lavagem, secagem e aplicação de álcool 70%. A médica teria chacoalhado o instrumento para garantir a ausência de resíduos líquidos antes da utilização.
Em relação à dipirona, a nota explica que a mãe afirmou já ter o medicamento em casa, mas não apresentou a composição exata, motivo pelo qual a médica optou por não prescrever a dosagem, evitando possíveis erros.
Por fim, a direção da UPA destacou que todos os profissionais da unidade são treinados para seguir os protocolos médicos vigentes e reforçou que o caso será utilizado como oportunidade para aperfeiçoar os cuidados e capacitações das equipes.
NOTA
