O vereador Gilsimar Silva (MDB) é acusado de intermediar cirurgias supostamente irregulares em moradores de Sinop. A estratégia do parlamentar seria levar pacientes à cidade de Terra Nova do Norte para realizar procedimentos com um médico aliado, o que resultou em complicações graves e denúncias formais apresentadas à Câmara Municipal na sessão desta segunda-feira (07.07).
Conforme apurado pelo site Folhamax, no dia 2 de junho deste ano, algumas vítimas compareceram à Câmara de Sinop para formalizar uma denúncia contra o parlamentar. Segundo os relatos, Gilsimar estaria cooptando moradores que necessitavam de cirurgias simples — como hérnia de disco, laqueadura e retirada da vesícula — e os encaminhava para operar em Terra Nova do Norte.
Ainda de acordo com as vítimas, os pacientes eram levados à cidade vizinha por meio da mãe de um dos assessores do vereador. As cirurgias eram realizadas pelo cirurgião-geral Vanio Jordani, atual secretário municipal de Saúde de Sorriso.
No local, era exigida a apresentação do cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) e outros documentos, o que levava os pacientes a acreditarem que os procedimentos estavam sendo regulados pelo sistema público estadual. Contudo, após as cirurgias, os denunciantes afirmam ter sofrido complicações graves, inclusive com risco de morte. Muitas das vítimas precisaram retornar a Sinop e custear do próprio bolso novos procedimentos corretivos, geralmente em hospitais particulares, além de arcar com medicamentos.
Diante da gravidade dos fatos, o corregedor da Câmara, vereador Marcos Vinicius Borges (PSDB), ouviu Gilsimar Silva. Durante a oitiva, o parlamentar permaneceu em silêncio e não apresentou defesa. “Nós recebemos essa denúncia, que veio corroborada com vários documentos que permitiram a abertura de um procedimento. Foi formada a Comissão de Ética, que vai providenciar as definições e finalizará o processo”, explicou Borges.
A denúncia foi considerada procedente e, na sessão realizada na noite de segunda-feira, foi instaurada oficialmente a Comissão de Ética para dar andamento ao caso. Compõem a comissão os vereadores Ademir Bortoli (Republicanos), Toninho Bernardes (PL) e Zezinho Construtor (Solidariedade). O grupo deve se reunir nos próximos dias para definir quem ocupará os cargos de presidente, relator e membro da investigação.
FOLHA MAX