Uma família viveu momentos de puro terror na noite da última quinta-feira (24/07), em Sorriso (MT), ao ser sequestrada e torturada por criminosos que teriam sido contratados como forma de represália a uma ação trabalhista. Entre as vítimas estavam Edivaldo, sua esposa Eduarda, e a filha do casal, uma recém-nascida de apenas 25 dias. O caso chocante foi revelado em entrevistas à TV Record Sorriso e ao portal CN News MT.
Segundo o relato do casal, os criminosos estavam fortemente armados e fizeram diversas ameaças durante o sequestro, incluindo incendiar o veículo com a bebê dentro. “Vamos colocar fogo na sua bebê”, disseram os agressores durante a ação. Eduarda contou que os autores da barbárie faziam referência constante a um processo trabalhista que ela moveu contra uma ex-patroa, dona de uma academia na cidade. O principal suspeito de orquestrar o crime seria o pai da empresária, conforme apontaram as vítimas.
Durante o sequestro, Edivaldo foi agredido com coronhadas na cabeça e Eduarda espancada na frente do marido, do cunhado e da filha. A família foi forçada a entrar em seu próprio carro e levada até a região do entroncamento da BR-163 com a MT-242, onde acabou sendo abandonada pelos criminosos. Mesmo feridos, conseguiram correr até uma unidade de saúde para pedir socorro.
A Polícia Militar foi acionada e, com o apoio das câmeras do programa estadual Vigia Mais MT, localizou os veículos usados pelos sequestradores. Em ação conjunta com equipes de Sinop, os policiais prenderam os suspeitos. Com eles foram apreendidos dois veículos — um Toyota e um Jeep Compass, duas armas de fogo (um revólver calibre .38 e uma pistola calibre .380), diversas munições, sete celulares e placas veiculares adicionais.
As investigações, conduzidas pelo delegado Dr. Bruno França, apontam que o crime foi planejado e executado como retaliação por um processo trabalhista já vencido por Eduarda. Durante o cativeiro, o pai da empresária teria ligado para a filha pedindo autorização para matar a família inteira. A empresária, ré na ação judicial, também foi presa.
Os suspeitos irão responder por sequestro mediante tortura, porte ilegal de arma de fogo, ameaça, tentativa de homicídio, entre outros crimes. A Polícia Civil segue apurando o caso, que reforça os riscos enfrentados por trabalhadores que buscam seus direitos na Justiça.
O caso segue sendo investigado e a família, ainda em recuperação, está sob proteção das autoridades.
NORTÃO MT COM CN NEWSMT