Cleusa Bianchini, seu filho Alessandro Vageti e a neta dela, Giovanna Vageti, tiveram a prisão temporária mantida pelo Poder Judiciário. Os três são apontados pela Polícia Civil como os mandantes do assassinato do advogado José Antônio da Silva, de 65 anos, ocorrido no dia 26 de junho deste ano em Nova Ubiratã. Cleusa, Alessandro e Giovanna Vageti são suspeitos de contratarem o pistoleiro Kall Higor Pereira Machado, conhecido como “Meti Bala”, para executar o jurista devido a uma dívida de R$ 4,5 milhões.
A prisão da avó, Cleusa, foi confirmada pela juíza Marina Dantas Pereira, da Vara Única de Arenápolis. Na decisão, ajuíza observou que a prisão foi feita sem erros ou abusos por parte dos policiais. Cleusa afirmou que não foi agredida física ou mentalmente durante a prisão. A juíza concluiu que a prisão foi feita de forma válida e correta, sem violar regras.
“Não havendo nenhum vício de validade no cumprimento do ato, ratifico o cumprimento do mandado de prisão temporária”, diz trecho da decisão publicada no último domingo (27).
Já a prisão de Giovanna e Alessandro foi analisada pelo juiz Rafael Depra Panichella, de Sorriso. Ele também decidiu que as prisões deles foram feitas dentro da lei. Portanto, a prisão de ambos foi mantida, “mantendo-se a ordem cautelar ante a necessidade indicada da decisão que decretou a medida”.
PROCURAÇÃO FATAL
Os três foram presos no último sábado (26) durante a operação Procuração Fatal, da Polícia Civil de Mato grosso, por meio das Delegacias de Nova Ubiratã e Sorriso. A ação policial mirou autores intelectuais que encomendaram o crime em razão de uma dívida milionária com a vítima. Ao todo, foram expedidas oito ordens judiciais de prisão temporária e busca e apreensão contra investigados por envolvimento no assassinado do advogado José Antônio da Silva.
O crime ocorrido em Nova Ubiratã, ocorreu no último dia 26 de junho, chocou a comunidade jurídica e a população do município e arredores. O advogado foi encontrado morto em sua residência e conforme a perícia, a causa da morte foi um tiro na cabeça.
A operação tem o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão e quatro de busca e apreensão, decretados pela Comarca de Nova Ubiratã. Entre os alvos estão três pessoas da mesma família que já tiveram as ordens judiciais cumpridas, uma mulher, seu filho e sua neta, apontados como autores intelectuais do homicídio.
O quarto suspeito, identificado como um dos responsáveis pela execução do advogado, também é alvo dos mandados, porém não foi localizado e continua procurado pela Polícia. As ordens judiciais são cumpridas nas cidades de Sorriso, Nobres e Tangará da Serra, com apoio fundamental de policiais civis das delegacias dos municípios.
Financiaram o assassinato, acreditando que, com a morte de José Antônio, estariam livres da obrigação de pagar a dívida milionária que tinham com ele. Os valores eram referentes a honorários advocatícios que o advogado tinha a receber em uma ação movida contra uma das mandantes do crime.
Outro fato que teria motivado o crime é que os investigados acreditavam que o advogado não possuía herdeiros que pudessem cobrar o valor após sua morte. A vítima chegou a encaminhar áudios a familiares, dias antes de sua execução, afirmando que estaria aterrorizado pelas ameaças que havia recebido dos suspeitos. No entanto, afirmou que não desistiria das ações judiciais em que tanto havia trabalhado.
As investigações revelaram que os mandantes buscaram ocultar os indícios do crime, mas a ação coordenada das equipes policiais, com uso de inteligência e análise de provas materiais e digitais, permitiu identificar a participação dos suspeitos. Com as prisões temporárias dos suspeitos, a Polícia Civil espera aprofundar as investigações, e colher mais elementos que possam auxiliar no esclarecimento do crime e identificar a participação de outros possíveis envolvidos.
O delegado responsável pelas investigações, João Lucas Wanick, destacou que operação representa um importante avanço na luta contra crimes por encomenda no estado e reforça a confiança nas instituições de justiça e segurança pública.
“A investigação demonstra o compromisso da Polícia Civil em coibir e levar à justiça crimes praticados contra advogados, decorrentes do exercício de sua profissão, demonstrando o compromisso com o combate à criminalidade”, disse o delegado.
FOLHA MAX