Sete advogados, foram presos nesta quarta-feira (30/07), em Cuiabá, durante a Operação Sepulcro Caiado, que investiga um esquema que causou um rombo de mais de R$ 21 milhões na Justiça de Mato Grosso. Segundo a Polícia Civil, os advogados contavam com a ajuda de um servidor do Tribunal de Justiça (TJMT), que também foi alvo da operação.
Além dos advogados, outras quatro pessoas também foram presas durante a operação (veja lista abaixo). As investigações miram em advogados e pessoas ligadas a integrantes do judiciário.
Na operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão, 16 ordens de bloqueio judicial, além de 46 quebras de sigilo fiscal e bancário e sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e na cidade de Marília (SP).
Entre os alvos estão:
- Augusto Frederico Ricci Volpato
- João Gustavo Ricci Volpato – Advogado
- Denise Alonso – Advogado
- Mauro Ferreira Filho – Servidor
- João Miguel da Costa Neto – Advogado
- Themis Lessa da Silva – Advogado
- Rodrigo Moreira Marinho – Advogado
- Augusto Frederico Ricci Volpato – Sócio de empresa credora e beneficiário no esquema
- Luiza Rios Ricci Volpato – Sócia de empresa credora e beneficiária no esquema
- Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes – Advogada
- Wagner Vasconcelos de Moraes – Advogado
O g1 tenta localizar a defesa dos envolvidos.
Em nota, o TJMT informou que está contribuindo com a investigação da suposta irregularidade na gestão da Conta Única do Poder Judiciário e que irá instaurar os procedimentos disciplinares cabíveis para a apuração da responsabilidade administrativa dos servidores suspeitos.
Em outro trecho da nota, o órgão destacou que adota rigorosos mecanismos de controle e transparência, visando prevenir quaisquer tipos de inconformidades.
Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) informou que acompanha a operação e que irá requerer informações acerca da conduta dos advogados envolvidos para que seja instaurada a devida apuração junto ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) e tomadas outras medidas administrativas cabíveis.
O esquema
De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso entrava com ações de cobrança na Justiça e, sem que os devedores soubessem, simulava o pagamento da dívida usando comprovantes falsos de depósitos judiciais.
Com esses documentos falsificados, um servidor do judiciário alterava o sistema do TJMT para que constasse que o dinheiro estava disponível no processo. Assim, era possível emitir e sacar o valor por meio de alvarás.