A Polícia Civil cumpre, na tarde desta quarta-feira (13/08), um mandado de prisão contra uma enfermeira suspeita de abuso infantil a mando do médico e ex-vereador Thiago Bitencourt, acusado de aproveitar do cargo e da posição que ocupada em uma unidade de Saúde do município de Canarana para cometer os abusos.
A prisão foi cumprida em Rondonópolis. De acordo com o delegado que acompanha o caso, a profissional de enfermagem abusava de crianças enquanto trabalhava em home care. Ela cometia os crimes a mando de Thiago.

Rede criminosa
Além da enfermeira, as investigações apontam que havia uma rede criminosa em torno do médico que além de praticar os abusos, distribuía material de pornografia infantil.
Em julho, a Polícia Civil de Mato Grosso, com o apoio da Polícia Civil de Pernambuco, cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de uma sargento da aeronáutica que mantinha dentro da casa dele um estúdio com vasto material de conteúdo pornográfico infantil e também usado para gravações de conteúdo sexual.
O militar, de 41 anos, é ligado ao ex-vereador médico de Canarana. Segundo a Polícia Civil, na casa do sargento, foram encontrados aparelhos celulares, notebook, HD’s, e pen drives. Nos dispositivos eletrônicos haviam imagens de pornografia infantil.
No mesmo dia da ação contra o sargento, em Pernambuco, outras sete mulheres também foram presas em Canarana, Água Boa, Querência, Gaúcha do Norte, Rondonópolis, Várzea Grande e Sorriso.
A polícia informou que todos os investigados tinham algum tipo de vínculo com Thiago Bittencourt, mas não tinham conhecimento sobre a relação dele com os demais envolvidos.

As investigações
Thiago foi preso no dia 31 de maio. De acordo com o delegado Flávio Leonardo, que conduz o caso, as investigações apontaram uma série de crimes sexuais cometidos pelo médico.
“Ele iniciava a relação a partir do momento em que as vítimas tinham alguns tipos de problema emocional. Identificamos esse padrão. Alguém que tinha acabado de separar ou com quadro depressivo. Percebemos que elas tinham algum problema de ordem emocional e eles estabeleciam vínculo a partir daí”, explicou Flávio.
Após estabelecer um vínculo afetivo, ele passava a exercer domínio psicológico, com manipulações que evoluíam os abusos e, em alguns casos, envolviam também as filhas das vítimas.
As investigações indicam ainda que o investigado utilizava fantasias de dominação sexual. Em alguns casos, os abusos teriam ocorrido até mesmo dentro do consultório médico no PSF Mutirão, onde ele atendia a população.
Mesmo após o término das relações, o médico coagia as mulheres a manterem relações sexuais com ele, utilizando-se de ameaças e violência.
Pelo menos 6 vítimas foram identificadas:
- Uma mulher de 29 anos e sua filha de 8 anos;
- Uma mãe e filha, com idades não divulgadas;
- Uma adolescente de 17 anos, descrita como mantida em situação de “escravidão sexual”;
- Uma adolescente de 15 anos, que teria sido abusada desde os 12 anos de idade;
- Uma criança de apenas 2 anos;
- Uma mulher de 36 anos.
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