O corpo de Jacyra Grampola Gonçalves da Silva, 24 anos, morta com 6 tiros em um pesqueiro, na tarde de domingo (17/08), em Sorriso, vai ser velado na Capela Mortuária atrás do Hospital Regional de Sorriso a partir das 19h desta terça-feira (19/08) e depois será levado para Belém pela Pax Bom Pastor.
A vítima já possuía medidas protetivas de urgência contra o ex-companheiro, estava em um pesqueiro com uma amiga, quando o suspeito chegou ao local e disse que queria lhe entregar um presente que estava em seu carro.
Com medo da situação, ela se recusou a ir até o veículo com o ex-companheiro, que permaneceu no local.
Em determinado momento, o suspeito se aproximou da vítima com uma caixa, que aparentava ser um presente, momento em que sacou uma arma de fogo calibre 38 e efetuou cerca de 6 disparos contra a vítima.

Amigas de Jacyra Grampola Gonçalves da Silva, 24, assassinada em um pesqueiro pelo ex-companheiro, José Alves dos Santos, 31, divulgaram conversas com a vítima, nas quais ela afirmava que estava com problemas com seu ex e que já havia o denunciado para a polícia. O suspeito foi preso na tarde de segunda-feira (18), horas após o crime em um distrito próximo à Boa Esperança do Norte.
Familiares da vítima contaram que amigas tinham relatado preocupação com a situação vivida por Jacyra. Uma delas havia sonhado com a jovem morta e estava muito abalada. Apesar das ameaças e intimidação, a vítima dizia que não queria deixar a vida construída em Sorriso para fugir do homem.
“Hoje nós recebemos prints de conversas dela com amigas, informando que ele era abusivo, que ameaçava, que ele queria que ela tirasse a medida protetiva contra ele, e ela não fez isso, o que deixou ele com mais raiva. A gente não sabia que ela estava passando por essa situação, ela não comunicou ninguém”, contou Rosilene Gomes, prima da vítima.

Ainda segundo amigas, o acusado era extremamente perseguidor, a seguia no trabalho e em qualquer lugar em que ela estivesse. “Alguém falava para ele e ele chegava lá. Ela dava um jeito de ir embora. Até que as coisas foram se agravando, foi quando ela decidiu registrar um boletim de ocorrência e pedir uma medida protetiva para que ele não fosse mais atrás dela”, finalizou a prima.
José Alves dos Santos foi localizado andando a pé próximo do distrito de Piratininga, enquanto esperava passar 24 horas para se entregar. Ele acreditava que depois deste período não seria mais preso.
“Em conversa, ele relatou onde estava escondida a arma, que foi encontrada em uma área de mata fechada. No momento da prisão, ele estava o tempo todo muito sarcástico, debochava, ria, disse que fez isso mesmo e que já tinha a intenção de se entregar, mas que estava esperando o momento certo para que ele não fosse preso. Na cabeça dele, passando as 24 horas, poderia se apresentar que nada iria acontecer. Ele não apresentou nenhum arrependimento”, relatou a delegada Layssa Crisóstomo.
O suspeito é réu primário e não revelou a motivação que o levou a cometer o crime.